Crítica | O Destino de Júpiter

A grande questão de O Destino de Júpiter (Jupiter Ascending) é que nada, durante toda a projeção, é interessante. A categoria ficção científica chama atenção, no entanto, é frustrante ao apresentar uma narrativa pífia, e uma motivação mais ainda, para o desenlace de toda a trama.

A história, na verdade, é totalmente relegada ao segundo plano para apresentar um show quase pirotécnico de tiros de raios lasers, naves e botas espaciais, além de uma produção medíocre para os planetas além do sistema solar. É de se questionar o porquê dos irmãos Wachowski resolveram criar uma historinha tão boba para jorrar efeitos visuais na telona. O longa se resume a isso.

O conto de fadas é simples. Baseado no universo da gata borralheira, a protagonista Júpiter um dia descobre ser da realeza intergaláctica e que o destino do mundo está sem suas mãos. Apesar de sua importância, ela não possuí nenhum poder ou conhecimentos para o tal. Por outro lado, ela conta com um tipo de anti-herói forte e másculo, com um passado negro, mas que até o final vai mostrar seu lado de príncipe encantado.

Para encenar esse caótico enredo, os protagonistas são Mila Kunis (sem sal e vida) e Channing Tatum (um robô com músculos), que não possuem química alguma e muito menos carisma para carregar a história. Dá sono acompanhar o “destino” de Júpiter, simplesmente, porque a personagem não é interessante e você não se importa a mínima com que pode acontecer com ela.

Assim como a destruição do planeta Terra não abala o espectador mais concentrado, já que o habitat dos terráqueos é apresentado como casa de veraneio em disputa judicial entre três irmãos comandantes do universo, a procedência deles não é bem definida. Cá entre nós, este é pior papel da carreira Eddie Radmayne. Dá pena de assisti-lo com um vilão de cartoon animado.

O Destino de Júpiter não é para ser levado a sério, tudo bem, mas também não proporciona a magia da ficção científica. Tudo que você deseja é que o show de raios lasers acabe logo e você possa descansar a vista, até porque o final do filme está dado desde os primeiros minutos.

Se puder evitar, evite. Vamos torcer para que os criadores de Matrix (1999) saiam dessa fase ruim e crie algo mais desafiador para o público. Eu até gostei da última produção deles, A Viagem (2012). Apesar de toda narrativa entrecortada e confusa, ele tinha personagens interessantes e um enredo mais robusto. Este agora não dá para engolir.

Nota: 1,5

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